segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

entre linhas, ou nem tanto.

Era madrugada,
E o que tinha isso de especial?
Era só mais uma noite fadada,
Só uma noite normal,

Mas o destino muda,
E segue, como o vento,
Eis que surge do nada,
Um sentimento,

Apareceu-lhe de forma angelical,
Em forma humana de perfeição,
Dispertou-lhe seu instinto primal,
Tomou-lhe pela mão,

Ao final,
Deitou-a na calçada,
Com o coração resfolegante,
Beijou sua amada,
E no ultimo suspiro e instante,
Revelou o lado mau,

Ali ficou,
O corpo estático,
Com um suspiro, cada vez mais devagar,
O coração perdeu o passo,
E sua alma desprendeu-se do que a havia acorrentar,

Foi Mágico, Pareceu-me Mágico,
Devo insistir,
Foi Trágico, de fato, Trágico,
o dela, fim.

domingo, 30 de janeiro de 2011

semtitulo

Triste e distante,
Num sufoco de alma abandonada,
Chora do passado, arrepiante,
Aquela que outrota fora amada,

Sozinho e gelado,
Sem saber sorrir ou alegrar,
Padece aos poucos o que foi amado,
Parecendo morto, esquecido de enterrar,

Separados por mera falta de sorte,
Desejos de uns, ou nem tanto,
Ficam sozinhos em seus prantos,
Esperando a união na morte.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Conto.

- Bom senhor e senhora Castelo, esse é o apartamento. - Disse o corretor de imóveis.

- Mas nós não vimos o terceiro quarto. - Falei com um pouco de raiva por ter sido excluido da linha de pensamento do corretor.

- Ó bem... - começou o corretor.

- É mesmo! - concordou papai.

- Bem, foi uma ótima observação, jovenzinho. - Disse o corretor apertando minha bochecha. (O-D-E-I-O, quem faz issso) - Bem, meus caros senhores, a razão pela qual este andar encontrasse com um preço tão acessível em relação aos outros é exatamente por causa deste terceiro quarto. - Disse o corretor ao chegar na porta do aposento.

- Como assim? - perguntou mamãe.

- Não importa nossos esforços, senhora, não conseguimos abrir a porta. Nem mesmo a chave mestra consegue, é como se esse quarto fosse uma coisa a parte.

- Já tentaram arrombar a porta? - indagou papai.

- Achamos que poderia danificar a fachada original. - disse com sinceridade o corretor.

- Bem, nós só somos três, não pretendemos ter outro filho, pelo menos, não por enquanto. - concertou papai ao ver minha expressão de insatisfação. - Vamos ficar com o apartamento.

Um mês depois.

Já estávamos morando no apartamento, eu, mamãe, papai e a Wendy, a cadelinha da mamãe. Era um apartamento bem grande, quatro quartos, sendo que mamãe e papai ficavam na suíte, enquanto eu ficava no quarto numero quatro, que era praticamente do mesmo tamanho do quarto dos meus pais, só não tinha um banheiro tão legal assim. Eles disseram que queriam que eu ficasse com aquele quarto por causa do barulho que eu faço, mas sem bem quem faz mais barulho aqui...

Enfim, era uma noite de sexta-feira, mas não uma sexta-feira qualquer, era a última sexta-feira do mês, ou seja, meus pais saiam e só voltavam no domingo. Eu gostava quando eles faziam isso, achava uma expressão do amor de um pelo outro.

Eu estavam em meu quarto, lendo um livro que havia ganhado de presente, quando ouvi um barulho vindo do corredor, coloquei o livro em cima da minha mesinha e saí para ver o que era. Primeiramente, achei que fosse a Kattie, minha babá(eu sei, vergonhoso um menino de quatorze anos e meio ter uma babá), mas ela estava dormindo no quarto dela. Então, voltei para o meu quarto, mas ao fechar a porta, ouvi o barulho de novo.

Então, notei que o barulho vinha do quarto trancado. Fui rapidamente a cozinha e peguei um daqueles copos de vidro e coloquei na porta, pra tentar ouvir, sabe como nos filmes!

Quando tentei me esforçar para entender o barulho, ele parara. Desanimado, devolvi o copo à cozinha e ia voltando para meu quarto, mas quando passo pela porta do aposento numero três, escuto um barulho de chave destrancando e a porta se abre.

Era um quarto do tamanho do quarto número dois, que meus pais transforamram em escritório. Tinha três paredes brancas e uma vermelha, havia adesivos de frases pregados pelas paredes brancas, trechos de livros e frases de cinema especialmente. Havia uma mesinha, uma escrivaninha, e uma bancada. O estranho era que tudo parecia novo, ou ao menos não parecia velho. Muitos papéis em cima das mesas, anotações, cadernos e, embaixo da escrivaninha, havia uma estante cheia de livros, coleções completas de séries.

Em cima da bancada, havia uma televisão e um video game, antigo, que eu já havia lido sobre em revistas, era um clássico! E havia jogos em baixo da mesinha.

No closet as roupas estavam intactas, todas eram bem legais e havia um par de Crocs, meu sonho era um par daquele. Não resisti à tentação e as calcei, couberam perfeitamente. Explorei mais um instante as roupas, deduzi que o menino que ali morava fazia muita atividade física, havia muitas roupas de ginástica, muitos tenis, ele devia fazer dança ou algo assim, pois havia até um sapato de sapateado.

Voltei ao quarto e me dirigi à pequena biblioteca em baixo da escrivaninha, quando ia abrir um exemplar antigo de Harry Potter, algo estranho aconteceu, a televisão ligou...SOZINHA.

A tela estava azul, eu me virei e senti um calafrio na espinha, caminhei até ela para desligar, mas quando eu chego perto, os canais começam a mudar rapidamente, assustado andei um pouco de costas e tropecei, caindo na cama. Então, a tv parou de passar os canais, parou em um onde havia um menino olhando fixamente para a tela.

Ele não devia ter mais que seus 15 anos, tinha cabelos escuros e olhos grandes e castanhos. Ele olhava para a tela, havia um sorriso no rosto dele.

- Oi! - ele disse.

- Olá! - respondi, a essa altura eu já estava tão assustado que não sei a razão de ter respondida à TV.

- Prazer, eu sou o antigo dono desse quarto!

- Prazer, eu moro na sua casa, agora.

- Qual dos quartos é o seu?

Eu só apontei para a parede vermelha.

- Ah, era o quarto da minha irmã! Enfim, quer jogar?

- Jogar? O quê?

- Video Game, podemos jogar baralho também!

- Claro! - nessa hora meu medo já tinha passado.

Passamos a noite inteira jogando os jogos do video game, no começo eu perdi, tenho que admitir, mas depois comecei a vencer, o que deixou o espírito chateado, mas ele parecia feliz.

Quando já estava amanhecendo, tinhamos acabado de finalizar mais um dos jogos.

- Nossa, olha a hora. - disse o espírito. - Já está na hora de ir.

- É, estou cansado, então quando te vejo de novo?

O olhar dele perdeu o brilho e o sorriso se desfez.

- Essa foi a única vez que nós nos vimos.

- Não pode ser, nós nos tornamos tão amigos, você não pode ir...Assim...

- Eu vou lhe explicar. Há alguns anos, minha família morava nessa mesma casa, eu, minha mãe e minha irmã. Vivíamos bem, sendo que eu não era feliz. Eu nunca tive amigos, entende? Vivi sozinho, um dia a solidão apertou tanto que eu bem...eu me matei. Minha família se mudou e hoje é muito feliz. Mas eu, eu cometi um crime muito grande contra mim mesmo, mas por ter sido bom durante minha vida, fui castigado a ficar aqui nesse quarto, esperando que alguém se tornasse meu amigo. Quando eu soube que havia gente nova morando aqui eu bem...

- Eu entendo. - falei com uma lágrima escorrendo. - Mas não é justo!

- Eu sei, eu usei você e juro, eu vou sentir sua falta. - Uma lágrima também escorreu do olho dele. - Obrigado, por tudo.

Quando a luz do sol brilhou televisão a imagem dele desapareceu.

De repente, eu acordei, estava em meu quarto! Em minha cama, eu havia sonhado aquilo? Levantei rapidamente e corri até o quarto do espírito, girei a maçaneta, e consegui abrir, mas quando abri tudo havia sumido, a cama, os móveis, os adesivos até a tinta da parede vermelha.

Então, notei que no canto do quarto havia uma pequena pilha de livros. Eu os peguei e levei para o meu quarto. Comecei a lê-los, no meio do primeiro que peguei havia um bilhete.

" Obrigado. "

Sorri, lembrando do meu amigo.

Na segunda-feira, meus pais descobriram que eu havia conseguido abrir a porta do quarto que não abria, ficaram felizes com isso, mas me deixaram de castigo, pois eu havia dito que conseguira abrir de dentro pra fora e entrara pela jardineira da janela.

A tarde, quando eu estava no jardim do meu prédio lendo um dos livros, notei que havia uma família fazendo mudança para o prédio, fui olhar mais de perto, era uma mãe, uma filha e um filho. Quando olhei bem, percebi que o filho era igual ao espírito. Ele olhou de volta e sorriu. Como se me conhecesse.

Então descobri, aquilo não havia sido do passado, e sim do futuro, minha missão era ser amigo do garoto.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Reverberação do Futuro.

E se?

Futuro meu,

E se?

Futuro nosso,

Incerto,Incerteza,

E se?

Medo,Pavor, Assombração,

E se?

Não,Não,Não!

E se? E se?

Não,Não,...

Talvez...

Esperança?!

Então?

Vamos!

(E tomaram rumo do futuro deles. Correram o risco em busca da felicidade)

domingo, 2 de janeiro de 2011

uma história,um desabafo, o contrário ou o caralho a quatro.

(Se você veio procurando um texto com algo de pseudo-profundo pra se pensar, aconselho que feche a janela ou volte, sei lá, esse texto é só um desabafo, puro e simples do que eu estava sentindo nesses últimos dias, sabe como é, é bom se livrar das coisas ruins logo no começo do ano.)

Feliz ano novo! - Disse-me
Não tem algo melhor para me desejar? Sei lá, uma mulher que goste de mim de verdade, quem sabe? Uma BMW? Vá desejar feliz ano novo na casa do... - Pensei. - Obrigado, pra você também. - Respondi forçando um projeto de sorriso.

Com sorte, consegui me afastar das pessoas daquela festa banal, sentei-me em uma das poutronas.
O ambiente a minha volta era degradante, avó e tia-avó que não se bicam, uma outra tia-avó com problemas mentais,(achando que o meu celular era dela, vê se pode), tios que não se entendem, mas o pior de tudo isso era que eles estavam tentado ser legais uns com os outros, e a falsidade estava tão forte nas atitudes que só faltava estar escrito nas testas.

Então, tendo uma ansia de vômito emocional (sabe, quando você não aguenta guardar mais nada,pois é), fui ao meu quarto, tranquei-me e peguei meu laptop. Minha primeira ideia de como vomitar foi ofender em uma rede social( xingar muito no twitter), mas como achei que isso seria infantil, fui escrever no word (quanta diferença...)

As pessoas dizem que o ano novo é um tempo de transformação, novos começos. Uma viadagem só. Primeiro de tudo, eu mudo tanto,às vezes, várias vezes no mesmo dia, num ano só e em épocas tão diferentes que nem sei se faria sentido mudar numa época programada por simples conveniência social. Eu também sei que promessa de ano novo você diz como sem falta, e falta como sem dúvida. Então, também aboli promessas do meu ano novo.

Mudando de assunto, minha mãe reclama que eu passo tempo demais trancado no meu quarto e que minha vida social não exite, que eu nunca vou vivenciar um amor se eu não me expor blábláblá. Velho, eu sei disso, beleza tá anotado, mas eu simplesmente não aguento PARTE do mundo lá fora, e outra, ela vive reclamando que eu estou acima do peso, mas a única atividade pseudo-decente pra se fazer nessa cidade é sair pra comer. Ter que encontrar pessoas desagradáveis, gente que me irrita, e derivados, foi mal, mas não to afim.

E o pior disso tudo é que eu realmente queria me sentir amado, mas o que posso eu fazer? Você vai, tenta ser legal com a menina, faz o que ela pede, desaparece um dia (só pra fazer uma torturinha psicológica), no outro volta com um presente, pra quê? Pra no final a menina dizer que não está interessada em ter um relacionamento sério? Eu sei que muito homem por ai acharia isso super natural, mas eu sou meio old-school, acredito que se duas pessoas se gostam devem ficar juntas sem pensar muito.

O problema das pessoas hoje é que elas pensam demais. Como diziam os humanistas, é a consciência, ou seja, o pensamento que diferencia o homem dos animais, mas é isso que talvez eu prefira ser como um animal, deixar-me tomar pela emoção.

Talvez se as pessoas pensassem menos não haveria tanta briga por besteira, tanta falsidade nem tanta coisa ruim.

Eu sei que disse que não ia fazer metas ( o que não deixa de ser uma meta), mas aqui vai uma, vou tentar pensar menos, sentir mais. Vamos ver no que vai dar.