terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Toda Solidão.

De tão só,nem mais tem presa, a garganta,o aperto e a morte em nó,e no mundo de cada lágrima espanta,do furacão emocional perdido,no torvelinho da nebulosa memória,de fato buscando sentido,do passado e de uma glória,das flores do jardim,que já murcharam na espera,indo preso e assim,no futuro que já era,no vazio de um poente,morre uma alegria,que outrora era contente,e já de partida,deu adeus a sua querida,naquela estação,parado, estatelado,esperado em vão,por fim,voltou-se a seu estado vital,numa morte programada,sem razão.

Numa esperança torturante, como de toda solidão, que por mais sozinha que seja, espera, espera em seu âmago um abraço, um gesto, um carinho, algo que lhe guie pelo caminho e não vá, espera que na jornada encontre algo que lhe tire o sozinho, e numa esperança de alegrar, de não ser mais tão sozinho.


Toda solidão tem uma esperança, uma esperança excruciante que lhe consome. Deseja ardentemente, algo que lhe acompanhe, que lhe dê proteção, algo que só na presença desfaz a tortura. Toda solidão espera, de uma forma inconstante, não ser mais assim, tão sozinha.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Sete Palmos.

Não havia tempo,
Um mero que fosse segundo,
Não havia espaço,
Um simples canto no mundo,

Uma sensação de liberdade,
de soltura da prisão,
Nem o peso da idade,
ou livre de consciência e de emoção,

Numa tortura silenciosa,
De pouco em pouco e a cada instante,
Na sua dor maravilhosa,
E nessa sensação elevante,

Era como estar vivo,
Só que sem vida,
Era um amor dativo,
Mas já de partida,

Era a saudade do que ia ficar,
Era um grito a sete palmos que ninguém podia ouvir,
Era o desejo de voltar,
E a certeza do partir,

Era a morte,
E o Enterrado,
Esperando pela eterna a redenção,

Era a sorte,
E a Amada,
Querendo unir-se de uma vez e então.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Olha.

Olha,
Amor meu de estação,
Olha o quanto a gente cresceu,
O quanto sofreu o nosso coração,
E vê a flor que apareceu,

Amor meu de um passado presente,
Diga me, o que aconteceu com a gente?
Da felicidade daquele eterno instante,
Presos em volúpia delirante,

Olha, olha bem pra mim,
No fundo dos meus olhos, lá na alma,
Vê que mesmo com os problemas, eu gosto de ti, assim,
Olha,meu amor, não há mais tempo pra calma,

Perdidos entre bocas, nucas e mãos,
Olha, meu amor, asism que vamos ser,
Assim eu te prometo,
Olha,
Eu sei que posso ser assim,
Olha e vê, que o nosso amor é o avesso do visível,
Que não tem fim.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

epifania.

Há momentos em que o futuro aparece na nossa frente como um abismo,
E só há duas coisas que podem ser feitas a respeito:
Dar um passo pra trás e correr, sem realmente ter enfrentando o que, a princípio, parecia ser um desafio, e depois viver com o peso do 'e se'.
Ou, podemos dar um passo em frente e encarar, aceitando as transmutações e os desafios que estão por vir.
Quanto a mim? Eu estou saltando no vazio. (:

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Reverberação do Tempo/ da Esperança.

De todo fim, um novo começo,
E do meio ao final,
Numa Esperança e o seu preço,
Num pseudo-êxtase espiritual,

Da nova aventura,
Que é o futuro no presente,
Do pressentimento em figura,
Idealiza-se a mente,

De forma singular,
E a cada passo inseguro,
Mergulha-se num mar,
Chamado assim Futuro,

E desse, ini-amigo,
De incertezas e probabilidades,
Teme-se o perigo,
E espera-se felicidades,

Um passo a frente,
Sem medo ou expectativa,
Um passo de cada vez,
Um salto para a vida.





Uma nova direção, um novo começo.

Tudo na vida é cíclico, tem começo, meio e fim. Uma ação anterior cria uma consequência, gerando uma resposta. Porém, como tudo nessa vida, nada é lógico, frio, calculado. O não saber de uma ação futura gera no agente da ação uma sensação confusa, uma agonia delirante, um sentimento chamado Esperança.

No hiato entre o fim e o começo é onde essa Esperança se manifesta. Nossa mente começa a idealizar o que poderá ser. E isso nos alimenta, nos faz sentir que o novo pode ser bom. A sensação da Esperança é confusa, você não sabe o que te espera.