Do feixe de luz proveniente do abajur,em cima da escrivaninha, podia-se ler em um pedaço de folha de caderno:
A cada segundo ela se aproxima,
Doce e gentil como sempre,
Completa-me,enche-me de rima,
Alivia-me, deixa-me contente,
Perdido em seu olhar de completa ilusão,
Revela-se a mim, por entre o capuz negro,
Guia-me pelo tempo e pelo espaço,
Envolve-me no sincero abraço,
Guarda com ela meu segredo,
Sinto a tua sombria vibração,
Na ultima madrugada,
Entre a Lua Cheia e o Amanhecer,
A grande dor silenciada,
O alivio, o sem peso e o prazer,
No fim,
Ela me vista em minha cama,
Beija-me a testa,como quem ama,
E entra dentro de mim.
A luz do abajur, se com um pouco a visão for forçada, por entre a penumbra da grande noite, vê-se sobre as cobertas, o corpo daquele que amou e por fim partiu.
Estiagem
Há 5 anos
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